September 26, 2016

Invisível


A falta de acessibilidades e a ignorância exponenciam as dificuldades das pessoas com algum tipo de deficiência.

A acessibilidade pode ser definida como a capacidade do meio de proporcionar a todos uma igual oportunidade de uso, de uma forma direta, imediata, permanente e o mais autónoma possível.

A experiência demonstra que os espaços, edifícios e serviços acessíveis são, por regra, mais funcionais, mais seguros e mais confortáveis para todos os utilizadores. A ACESSIBILIDADE é, por isso, um fator objetivo de qualidade, e a sua promoção não deve ser IGNORADA com o senão de se perder uma oportunidade de qualificação das nossas vidas.




É importante percebermos que o amanhã é já a seguir





Projeto In My Shoes integra a Associação In My Shoes cuja missão é (In)formar e Sensibilizar a sociedade para a inclusão de pessoas com deficiência e/ou incapacidade.





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September 21, 2016

Carta ABERTA


Recentemente, Laurinda Alves escreveu um artigo num jornal sobre a necessidade imperativa de CALÇARMOS OS SAPATOS UNS DOS OUTROS. Um artigo em que fala das dificuldades que as pessoas com mobilidade reduzida ou altamente condicionada têm sempre que pretendem deslocar-se em Lisboa. Especificou a urgência de nos sentarmos numa cadeira de rodas e tentarmos perceber como vivem e o que sofrem todos aqueles que se deslocam desta forma, dia após dia, durante vidas inteiras.


Porque conhece muitas realidades, mas também devido ao artigo que escreveu, Laurinda foi literalmente inundada por relatos brutais que testemunham as dificuldades que este grupo de cidadãos enfrenta diariamente. Desses relatos houve um que ‘falou mais alto’ e a impulsionou a escrever uma carta aberta ao Presidente Fernando Medina, com a esperança que não se perdesse nos labirintos administrativos mas, pelo contrário, que chegasse diretamente à sua secretária, vulgo ao seu gabinete.



Caro Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,

"Neste tempo de estaleiro e obras (…) validando o que de bem tem feito fazer nesta cidade (…) peço-lhe que ouça estes e outros gritos, começo por transcrever o testemunho de Carlos Nogueira, 49 anos, paraplégico desde os 14 meses:

Certa noite, depois de cumprir a minha jornada de trabalho e de assistir às aulas na universidade em regime pós laboral, cheguei a casa (na minha anterior morada) por volta das 00h00. Estava cansado e a desejar cair na cama para recuperar forças e repetir a dose no dia seguinte. Chovia muito e ao chegar junto à porta do meu prédio verifico que mais uma vez o lugar de estacionamento que me estava reservado pela Câmara Municipal de Lisboa se encontrava ocupado. Acontece quase todos os dias, mas naquela noite, como se não bastasse, tinha dois carros estacionados em frente, à entrada do prédio, que, de tão próximos, apenas deixavam entre si espaço para passar uma pessoa em pé.

 Ora, a minha cadeira de rodas mede 60cm de largura pelo que dei comigo a perceber que, se calhar, teria que ficar na rua naquela noite em que chovia torrencialmente…

 Liguei para a PSP da área, de onde me responderam não ser possível fazer nada porque àquela hora não tinham reboques disponíveis para resolver a situação e nem sequer foram autuar os infratores. Chovia demais para isso, talvez.

 Pensei ligar à minha irmã ou a um vizinho para me ajudarem, mas entre os vários telefonemas para a PSP, passou mais de hora e meia, já era tarde e achei que não devia incomodar pessoas que também tinham compromissos no dia seguinte e a necessidade e o direito ao seu repouso. Ali fiquei dentro do carro sem saber o que fazer, já com as lágrimas a correrem cara abaixo…

 Reagi e optei por ir estacionar o carro longe de casa (onde encontrei lugar) e vir de cadeira de rodas, com a dificuldade agravada de ter de andar num piso de calçada. Lá consegui chegar junto da entrada do meu prédio completamente encharcado pela chuva e pelas lágrimas que não parava de chorar. Ali chegado, ainda tinha que vencer um último obstáculo: os dois carros estacionados em frente da porta.

 De que forma o fiz? Da única possível: desci da minha cadeira para o chão, rastejei entre os dois carros a tentar nunca largar a cadeira de rodas, arrastando-a sempre comigo, depois consegui encontrar maneira de a elevar de forma a conseguir passá-la, à força de braços, por cima dos carros, tudo isto sempre debaixo de chuva intensa, até que finalmente consegui voltar a sentar-me na cadeira. Acho que ninguém imagina o esforço de ter de subir do chão para uma cadeira de rodas contando unicamente com os braços.

 Consegui finalmente entrar no prédio, com a roupa suja e rasgada, ferido de uma raiva incomensurável. Naquele momento senti que, para as autoridades do meu país, não passava de um número que só tem peso na hora de ser chamado a honrar as suas responsabilidades perante um estado que o ignora e lhe vira as costas todos os dias!


O que me faz escrever é isto, Senhor Presidente. É saber que episódios como este são recorrentes, diários, numa cidade como Lisboa, onde cidadãos e autoridades nem sempre cumprem os seus papéis. Uns porque insistem em estacionar os carros onde não devem, outros porque aparentemente se esquecem de fiscalizar o que deviam.

Todos os testemunhos que recebi me fizeram ligar de volta a quem enviou contactos, mas também a outras pessoas com mobilidade reduzida que vivem apostadas em tentar melhorar as condições de vida nesta cidade. A boa notícia é que todos reconheceram que a cidade está muito melhor. Nos últimos anos aconteceram coisas extraordinárias em Lisboa, muito para além da emblemática sucessão de passadeiras rebaixadas, com piso táctil, no perímetro da Av. Alexandre Herculano, que realmente permitem a cegos e a pessoas em cadeiras de rodas circularem com mais conforto. Falo de passeios mais largos e caminhos alternativos espalhados por vários pontos da cidade que já permitem ou vão permitir que muitas pessoas os possam percorrer com mais conforto e liberdade.

Mas há tanto por fazer, que não podemos descansar nem um segundo. As autoridades camarárias têm absolutamente que vigiar melhor e multar mais as pessoas que estacionam indevidamente nos lugares prioritários ou para deficientes. A EMEL, que carrega consigo vários odiosos, tem que ser capaz de assegurar que ninguém ocupa indevidamente estes espaços e, neste zelo, provar que é mais pelos cidadãos do que contra eles. E mais, os passeios mal rebaixados têm que ser milimetricamente revistos e rapidamente refeitos, pois como escrevi na crónica anterior provocam quedas e fraturas expostas. À população em geral, mas acima de tudo a pessoas para quem uma ferida facilmente se transforma em escara e demora meses a cicatrizar. Meses de paralisia, frustração e desespero, como deve imaginar.

Não sei como nem quando acabarão todas estas obras em curso, mas à vista desarmada estamos mais que a tempo de vistorias detalhadas para verificar se cumprem os requisitos da livre acessibilidade. Pode garantir que isso acontece?

Quanto a transportes públicos, Senhor Presidente, estamos ainda pior que os passeios e as falsas rampas: no Metro os elevadores e escadas rolantes estão demasiadas vezes avariados; nas ruas os autocarros chegam e partem, sucedendo-se durante longas horas, sem terem condições para serem utilizados por pessoas em cadeira de rodas, porque os sistemas de elevação estão invariavelmente estragados. Ou seja, pessoas com necessidades especiais e sem carro próprio esperam e desesperam diariamente no Metro e nas paragens de autocarro, sem saberem o que fazer. Como A CP exige telefonemas diários e longos tempos ‘on hold’ para marcar idas e voltas em cadeiras de rodas e os transportes alternativos para deficientes também não chegam para as solicitações, tudo isto é altamente erosivo e devastador.

Mais coisas, Senhor Presidente? Os restaurantes! Os restaurantes baratos e caros que já existem ou acabam de abrir portas e nunca têm rampas nem casas de banho acessíveis. E os monumentos e edifícios públicos, sempre que se revelam inacessíveis e fazem bradar aos céus. E o pavimento das ruas! Não tendo V.Exª culpa nenhuma da calçada portuguesa que tanta beleza acrescenta a Lisboa, mas também tantas dores de cabeça (e pernas e braços) dá a quem nela escorrega e cai, acha que pode fazer o favor de atender às queixas mais que legítimas dos cidadãos que não podem percorrer livremente zonas recém-recuperadas como a Ribeira das Naus e outras, por ter sido ali colocado um piso altamente trepidante (e inseguro até para motas, dadas as pedras arredondadas que marcam o eixo da via) e não terem sido acautelados certos preceitos que possibilitariam uma melhor circulação. Sei que sabe que a trepidação da calçada aumenta exponencialmente os espasmos, dores e desconfortos dos deficientes e, por saber que sabe isso, fico um pouco mais descansada.

Termino esta carta aberta, que para si já vai longa, mas para mim e certamente para todos os que sofrem as vicissitudes de uma cidade de mobilidade difícil, ainda só vai no início. E termino partilhando consigo, enquanto cidadã, as responsabilidades que nos cabem. A uns, gritar, a outros amplificar esses mesmos gritos e a outros tomarem as decisões certas para evitar mais sofrimentos desnecessários"


Com base num artigo 
do OBSERVADOR, por Laurinda Alves





“Boas Noticias” 


 Complicado



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September 15, 2016

Comunicação Acessível


Gostava de:

Adquirir CONHECIMENTO sobre diferentes perfis e necessidades de pessoas?

Conhecer TÉCNICAS de criação de soluções de acessibilidade?

Saber utilizar FERRAMENTAS que permitem tornar a comunicação acessível?




Existe um MESTRADO que se propõe formar especialistas em comunicação acessível, com vista ao desenvolvimento das competências teóricas e operacionais necessárias a sua uma inserção no mercado de trabalho.

O Mestrado em Comunicação Acessível aborda estratégias diferenciadas de mediação, materiais multissensoriais, audiodescrição, legendagem para surdos, livros adaptados, audiolivros, páginas Web acessíveis, jogos didáticos, materiais educativos adaptados, publicações multiformato, maquetas e desenhos táteis com o objetivo de “identificar as barreiras e estímulos ambientais, sociais, estruturais e atitudinais existentes numa sociedade que vive sob o primado da comunicação para estudar estratégias que a tornem acessível a todos”.




A comunicação acessível é assim abordada através de vários olhares e em vários contextos para que se atinja uma perspetiva holística do fenómeno



Coordenador de curso:


Saiba mais AQUI


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September 12, 2016

PRIORIDADES


GRÁVIDAS, IDOSOS e DEFICIENTES passam a ter prioridade em todos os serviços públicos e privados.

A partir do final do ano, entidades públicas e privadas podem ser multadas com coima até mil euros, caso não deem prioridade a deficientes, idosos, grávidas ou pessoas com crianças de colo. A obrigatoriedade do atendimento prioritário aos idosos, grávidas, deficientes e pessoas acompanhadas de crianças de colo, foi alargada por Decreto-Lei publicado em Diário da República, no dia 29 de agosto, a todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público.

A legislação anterior previa apenas o atendimento prioritário para os serviços da administração central, regional e local e institutos públicos. A lei anterior também não previa qualquer quadro sancionatório em caso de incumprimento. As entidades competentes para o fazer são o Instituto Nacional para a Reabilitação e a Inspeção-Geral, enquanto entidade reguladora, ou outra entidade cujas competências inspetivas ou sancionatórias enquadrem a entidade que praticou a infração.

Contudo, em caso de violação do disposto (...) não necessita de apresentar a queixa junto da entidade competente, basta chamar a autoridade e esta não só vai obrigar a que o atendimento prioritário seja respeitado como ainda vai registar a queixa e é essa mesma autoridade que vai fazer chegar a queixa à entidade competente para que seja acionada a coima devida. 




Tolerância não significa aceitar o que se tolera”, Mahatma Gandhi





Nuno Noronha: SAPO Noticias


Com a colaboração de Carla Oliveira


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September 8, 2016

Acesso Olímpico


O ritual do acendimento da pira olímpica na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos é sempre um momento espetacular.


Nos Jogos Paralímpicos do Rio, cuja cerimónia se realizou ontem, o ritual foi simples, mas com uma mensagem muito forte ao evidenciar a necessidade que todos temos de ter um mundo mais acessível. 

Uma escadaria que se transfigurou de forma a incorporar uma rampa, para que o atleta em cadeira de rodas pudesse aceder à pira olímpica, foi um dos momentos mais marcantes da cerimónia. Chovia copiosamente o que fez aumentar as expectativas e a emoção do momento.





(…) o simbolismo desta opção traduz o significado da acessibilidade (…)













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September 2, 2016

Direção: BARCELONA



Mais de 2500 razões.

Maus pavimentos são um obstáculo à locomoção.

Algo tão simples como atravessar uma passadeira pode ser um calvário.







(...) os passeios em Lisboa estão a mudar (...)






As alterações não são apenas na substituição de calçada por um piso liso e contínuo, mas também no rebaixamento das passadeiras com cota zero ou os interruptores dos semáforos mais acessíveis às pessoas com mobilidade condicionada e cegos (…) Agradeço, à Câmara Municipal de Lisboa e à equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, a coragem que teve em fazer estas excelentes alterações para uma melhor mobilidade de todos, referiu Sérgio Lopesparticipante no vídeo, do Gabinete de acessibilidades da Mithós








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