July 31, 2016

Flintstones LUSITANOS


Os Flintstones viveram em Bedrock, uma cidade com 2.500 habitantes, no ano 1.040.000 A.C.





Nós, os ‘seus descendentes’ Lusitanos, vivemos num país chamado Portugal, somos cerca de 10 milhões, e já chegámos ao século XXI. A PEDRA, amplamente utilizada no calcetamento das áreas pedonais, em parques, praças, pátios, etc, é também o nosso ex-libris.



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July 25, 2016

Tolerância ZERO


Em Portugal a maioria dos lugares de estacionamento reservados a pessoas com deficiência não são respeitados. A nossa polícia não fiscaliza e raramente se impõe a quem transgride. Nos Estados Unidos e na maioria dos países europeus com quem nos comparamos, a afirmação das autoridades é outra. Os factos revelam que a maioria dos nossos agentes não têm capacidade para exercer a autoridade que lhes foi conferida pelo estado. A autoridade é necessária para tutelar a nossa liberdade.

Estes lugares, AZUIS, são fundamentais para quem usa uma cadeira de rodas. Têm o espaço necessário para se poder abrir a porta do carro e posicionar uma cadeira de rodas, o que não acontece com todos os outros lugares de estacionamento dirigidos à população em geral. Por outro lado estes lugares estão o mais perto possível dos locais que servem, para minimizar o tempo de deslocação e facilitar a vida a quem tem mobilidade reduzida.

Incluir este tipo de TRANSGRESSÃO INCLUÍDO NA CARTA POR PONTOS era, no mínimo, dissuasor e com o tempo acabava por resolver o problema.


Nos Estados Unidos é assim:




Para se ter alguma autoridade sobre os homens, é preciso distinguir-se deles. É por isso que os magistrados e os padres têm gorros quadrados”, Voltaire.




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July 18, 2016

“Este WC é inútil''



As pessoas portadoras de deficiência, nomeadamente aquelas que têm mobilidade reduzida, não têm possibilidade de usar os WC’s ditos comuns. Necessitam por isso de aceder a casas de banho adaptadas, comummente denominadas ‘casas de banho para deficientes’. O acesso a estes equipamentos é uma condição básica que deve ter em conta a sua facilidade de utilização, a disponibilidade, o conforto e a limpeza.


Nos últimos anos, em Portugal, interpretando as exigências legais, começaram a surgir casas de banho para deficientes em locais de acesso público, em centros comerciais, em hotéis, nas praias, em alguns restaurantes, em alguns serviços públicos, entre outros. Contudo, a maior parte destes equipamentos acabam por complicar ainda mais a vida às pessoas que deles necessitam. Os sanitários, os lavatórios, os espelhos, os toalhetes, os secadores de mão, etc, não servem o seu propósito ou estão mal instalados. São autênticos obstáculos.



(...) estes são o tipo de WC's para deficientes que encontramos por aí (...)


(…) é preciso ser-se um superatleta para conseguir usar estas superestruturas a partir de uma cadeira de rodas, principalmente se tiver uma lesão vertebro-medular (…)

Os sanitários estão a uma altura incompreensível (mais de 40cm do chão) e ainda por cima têm uma abertura frontal que só complica. Na maior parte dos casos as barras são colocadas muito altas (mais de 70cm do chão) e os lavatórios têm por baixo um barra frontal que dificulta a aproximação de alguém numa cadeira de rodas. Outras têm barras à frente, atrás e aos lados, com a dificuldade de muitas serem fixas e impedirem a aproximação ao sanitário. A consequência gerada pela instalação destes sanitários com abertura frontal em locais públicos ou acessíveis ao público tem dado origem a muitas reclamações. Os mais queixosos são naturalmente os cidadãos deficientes motores (na maioria paraplégicos) e as pessoas mais idosas. A abertura frontal, a altura do sanitário, o desconforto originado pelo facto de a urina poder escorrer para o chão, deixando-o sujo e escorregadio, associada às questões de segurança, são os fatores mais críticos e que deviam ser evitados. Quem tem alguma deficiência vertebro-medular ou nos membros inferiores, não consegue utilizar este tipo de acento já que o mesmo não permite o apoio total das pernas, causando acidentes e torções.



A propósito de um projeto que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa iniciou em finais de 2013, o Programa MITRA, reformular o conjunto de CASAS DE BANHO existentes foi uma das primeiras prioridades, uma vez que o seu uso por parte das utentes com mobilidade reduzida estava literalmente comprometido e a higiene pessoal é uma necessidade básica que deve ser tratada com dignidade.


O que é a MITRA?

A MITRA, vista no passado como o “Albergue de Mendicidade” da cidade, foi propriedade da Câmara Municipal de Lisboa, com uma cedência gratuita ao Centro Distrital da Segurança Social. Em 2014 a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assumiu o compromisso público para gerir este equipamento, com o objetivo de disponibilizar um espaço em que os valores da solidariedade, da diversidade e da inclusão se vão materializar numa oferta integrada aberta à cidade, através da criação de um conjunto de valências que pretendem facilitar e apoiar as pessoas com mais dificuldades de integração na sociedade, sem descurar todos os cidadãos que pretendam interagir ou usufruir desse espaço.


Então o que fazer?

Há felizmente alguns (poucos) bons exemplos, mas o que realmente importa é que um WC adaptado é muito simples e para ser útil não precisa de ser um espaço complexo e consequentemente com custos acrescidos. Partilho convosco a ESTRATÉGIA PARA AS CASAS DE BANHO definida para a MITRA, um conjunto de regras simples, com o objetivo de minimizar a maior parte dos problemas que hoje em dia existem nas casas de banho para deficientes. Se tivermos em consideração o perfil dos utilizadores das Casas de Banho da MITRA, bem como de quem lhes presta assistência, ao contrário do que seria expectável, a legislação em vigor e as regras consideradas como ‘boas práticas’, não respondem eficazmente às necessidades básicas deste grupo de utentes. Também, ao invés de selecionar entre o que está pré-definido pelos fornecedores como o mais adequado para “pessoas com deficiência”, tanto em termos dos equipamentos sanitários como do modo como a respetiva instalação é feita, é possível selecionar equipamentos robustos disponíveis em linhas para uso doméstico, em vez de linhas para deficientes ou de uso intensivo, o que resultou também num custo inferior.


Do conjunto de regras definidas para a estratégia das casas de banho na MITRA, eis as consideradas mais relevantes:

  • Não podem existir quaisquer barreiras no pavimento das casas de banho;
  • A altura de fixação das sanitas precisa de responder a duas necessidades distintas que não se podem conjugar: por um lado precisam de ser fixas à altura ideal para cadeiras de rodas (no máximo 40cm do pavimento com a tampa fechada; acima deste valor torna inviável o seu uso por parte de alguém que tenha alguma deficiência vertebro-medular ou nos membros inferiores – por exemplo paraplégicos) e por outro devem estar preparadas para as pessoas que sofreram fraturas da bacia (50cm do pavimento com a tampa fechada – existem alteadores portáteis para alterar o sanitário);
  • Os sanitários devem ser amplos e não devem ter abertura frontal porque este tipo de assento não permite o apoio total das pernas, causando acidentes e torções (sanitários com abertura frontal impossibilitam o seu uso seguro e higiénico);
  • As barras devem ser preferencialmente retrácteis e não devem estar a mais de 65cm de altura do chão (isto é, uma pessoa sentada na sanita deve ter as barras laterais à altura dos quadris e não acima das orelhas como é comum encontrar-se);
  • Os lavatórios precisam de ser amplos, devem permitir que o utilizador coloque a sua cadeira de rodas por baixo do lavabo (referencia para a altura do lavabo ao chão) para facilitar que o utilizador se possa debruçar sobre a bacia e não devem ter qualquer barra por baixo para fazer subir ou baixar o lavabo (uma vez que estas barras impedem a aproximação);
  • O espelho sobre os lavatórios devem ser posicionados a uma altura que permita uma visibilidade total aos utilizadores sentados numa cadeira de rodas;
  • Os duches precisam de dispor de um banco rebatível e ter barras laterias apropriadas;
  • O piso do chão do duche não deve ser escorregadio (com o senão de os pés deslizarem constantemente colocando o utilizador em risco);
  • As mangueiras de duche precisam de ter o comprimento suficiente para permitir maior flexibilidade e conforto dos utentes e assistentes;
  • Colocação de cestos para toalhetes de papel, depósitos para fraldas e outros produtos de higiene usados, não devem impedir o acesso ao sanitário e/ou ao lavatório.


Para um equipamento que tem uso intensivo, como é o caso da MITRA, estas casas de banho são eficientes para todos os públicos-alvo. Mais simples e, curiosamente, mais adequadas…






Deixo-vos exemplos simples que FACILITAM A VIDA
a quem se desloca em cadeira de rodas:










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July 12, 2016

Uma VITRINE entre vitrines


Uma VITRINE entre vitrines

Já reparou que os manequins das lojas tem sempre um corpo perfeito?

Já reparou que muitos de nós temos dificuldade em lidar com pessoas com alguma deficiência física. Puro pré-conceito.

Uma vitrina da loja Modissa, na Suíça, colocou manequins diferentes daqueles que estamos habituados a ver. Ao invés de manequins que representam a obsessão por corpos perfeitos, um designer inspirou-se em casos reais de pessoas com deficiência e moldou os novos manequins. No Dia Internacional das Pessoas com Deficiências a loja promoveu uma campanha da ONG Pro Infirmis em prol da aceitação de pessoas com deficiência, por exemplo com escoliose múltipla ou amputadas, e expos os novos manequins na sua loja. 





Criação da agência alemã Jung Von Matt/Limmat



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July 8, 2016

Preconceito


O preconceito é uma manifestação de ignorância. Contradiz o progresso social bem como a evolução natural dos povos e dos seus direitos. Historicamente sempre foi assim.

É importante reconsiderarmos o modo como olhamos para o lado. É importante valorizarmos a inclusão. Todos nós, por vezes, fazemos julgamentos precipitados. Ninguém assume ou gosta de ser visado por ter posições discriminatórias. Todos afirmam não ser preconceituosos, tal como todos afirmam ter bom senso. Apenas consideram ter um ‘modo próprio’ de ver as questões. Uns invocam a liberdade de expressão, a liberdade de pensamento, a liberdade de crença filosófica ou religiosa ou mesmo a não-discriminação, para exercer seu ‘modo de pensar’. Ou seja, querem que o preconceito seja um direito.






Todos acabamos por ser alvo de discriminação, mas as pessoas mais vulneráveis, nomeadamente, as pessoas com deficiência e os mais idosos, são grupos que devemos ter mais em atenção.







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July 4, 2016

Acaba por SER POSSÍVEL


Onde é que já estives-te?
Para onde é que queres ir?

O que é que ainda não fizeste?




Infelizmente há cada vez mais pessoas que ficam incapacitadas devido a acidentes ou mesmo por razões relacionadas com o processo natural de envelhecimento. O ‘mundo’ tem de responder com respostas adequadas a esta nova realidade. Sim, existem coisas incríveis que se podem continuar a fazer mesmo com mobilidade reduzida. Nós temos a última resposta.



Contudo existem muitas situações difíceis de ultrapassar mas que podem ser minoradas se a comunidade estiver comprometida em exigir ‘cidades’ e serviços acessíveis para todos. A execução dos planos de acessibilidade para reduzir as barreiras arquitetónicas são fundamentais para que a nossa capacidade de decidir não fique comprometida. A colaboração do setor hoteleiro, dos serviços de transporte e a entreajuda pode fazer com que quase tudo seja possível.






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