O novo
Museu Nacional dos Coches, recentemente inaugurado em Lisboa, evidencia
claramente a falta de visão que muitos arquitetos têm relativamente à criação
de soluções inclusivas.
O discurso arquitetónico não consegue alinhar-se com as
necessidades sociais e éticas da cidade contemporânea. Com a relação tensa
entre a teoria e a prática, a irrelevância social no design é onipresente.
Um
cidadão com Mobilidade Reduzida vai ter muita dificuldade em aceder ao museu. Mais uma vez a PEDRA tomou conta do
espaço exterior e ditou quem entra e quem fica à porta. No interior, ao nível do piso superior, existirem passadiços que
permitem uma vista aérea da exposição mas o arquiteto excluiu os cidadãos em
cadeira de rodas, uma vez que existe um painel longitudinal opaco que impede o
deficiente de visionar o piso inferior.
Paulo
Mendes da Rocha, arquiteto responsável pelo projeto, afirmou que o Novo Museu
dos Coches “é um marco na arquitetura
portuguesa” e “espera que que o povo
goste da obra”. Gastaram-se 35 milhões de euros, excluíram-se muitos
portugueses e embora o arquiteto seja brasileiro, a culpa é nossa.
A moda da Ribeira das Naus e do Parque das Nações, em que todo o piso é empedrado, emerge de novo em pleno Sec.XXI, ainda que
contrarie o definido pelo Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa. Os responsáveis da autarquia afirmam que o plano se
encontra em execução, seguramente deficitária, já que ninguém se preocupa em
fazê-lo cumprir.
Com a
colaboração de Carlos Nogueira
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