September 4, 2015

35 Milhões de PEDRAS


O novo Museu Nacional dos Coches, recentemente inaugurado em Lisboa, evidencia claramente a falta de visão que muitos arquitetos têm relativamente à criação de soluções inclusivas. 

O discurso arquitetónico não consegue alinhar-se com as necessidades sociais e éticas da cidade contemporânea. Com a relação tensa entre a teoria e a prática, a irrelevância social no design é onipresente.



Um cidadão com Mobilidade Reduzida vai ter muita dificuldade em aceder ao museu. Mais uma vez a PEDRA tomou conta do espaço exterior e ditou quem entra e quem fica à portaNo interior, ao nível do piso superior, existirem passadiços que permitem uma vista aérea da exposição mas o arquiteto excluiu os cidadãos em cadeira de rodas, uma vez que existe um painel longitudinal opaco que impede o deficiente de visionar o piso inferior.




Paulo Mendes da Rocha, arquiteto responsável pelo projeto, afirmou que o Novo Museu dos Coches “é um marco na arquitetura portuguesa” e “espera que que o povo goste da obra”. Gastaram-se 35 milhões de euros, excluíram-se muitos portugueses e embora o arquiteto seja brasileiro, a culpa é nossa.

A moda da Ribeira das Naus e do Parque das Nações, em que todo o piso é empedrado, emerge de novo em pleno Sec.XXI, ainda que contrarie o definido pelo Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa. Os responsáveis da autarquia afirmam que o plano se encontra em execução, seguramente deficitária, já que ninguém se preocupa em fazê-lo cumprir.
 



Com a colaboração de Carlos Nogueira




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